sábado, 20 de abril de 2024

Lançamento do Livro "Histórias e Memórias da Família Marçal", na Casa Ziraldo de Cultura




 Lançamento do livro “Os dezessete e seus cento
 e sessenta e dois” acontecerá neste sábado (20) 


    CARATINGA- Histórias reais e as memórias da Família Marçal neste sábado (20), a partir das 10h, na Casa Ziraldo de Cultura. Além do secretário de Estado de Agricultura Thales Fernandes, 59; artistas, empreendedores, médicos, esportistas, professores, mestres e doutores espalhados pelo país e no exterior – além de personalidades familiares locais – serão lembrados pelo autor, Jorge Marçal Jr, mostrando a contribuição de 17 famílias originárias de Água Santa, distrito de Dom Lara, para a sociedade caratinguense. 
    Conforme Jorge, o livro “Os dezessete e seus cento e sessenta e dois”, que será lançado no evento, é uma pesquisa feita com dezoito integrantes, através de entrevistas, mostrando a origem da família desde 1888 quando nasceu o patriarca, João Vitor dos Santos, filho de Marçal Luciano, e que ficou mais conhecido como João Marçal. 
    Mais tarde, ele se uniu a Francisca Rosa, da família Soares, dando início a uma prole de 17 filhos, sendo onze homens, nascidos todos de parto normal – a primeira filha, Maria Cornélia, nascida em setembro de 1911 e a última, Maria Aparecida – única viva – em fevereiro de 1937. “Dentre os familiares dos ‘17’, alguns ainda permanecem nas terras da região da Fazenda Água Santa, com seus mais de 90 alqueires no apogeu de sua produtividade cafeeira e leiteira, hoje distribuídos e redistribuídos entre herdeiros, já na 6ª geração. 
    A construção da capela pela família originária, nas terras da fazenda, contribuiu para unificar as comunidades do entorno até Dom Lara. Outros procuraram centros urbanos para gerar sua produção e força de trabalho”. 
    O pai do autor Jorge Marçal, o 13º filho – que montou uma das primeiras oficinas para moto e bicicletas da cidade – é o autor do primeiro levantamento da família, feito em 2003, registrado em “Contos e Causos – Histórias e Memórias de uma família quase mil” – quando somavam 970 descendentes. Em 2023, um levantamento mais minucioso desta publicação mostrou que já passavam de 1.590 membros. 
    No evento, serão doados exemplares do documentário aos representantes de três entidades. Cada uma receberá seis exemplares destinados a pesquisa e informação sobre a formação de parte dessa sociedade caratinguense. São elas: Escola Estadual Maurílio Senra de Dom Lara, região de Água Santa e origem das famílias – Escola Estadual Sinfrônio Fernandes – onde André Almeida foi diretor e registrou ali parte da história da família – e para a Biblioteca Pública Municipal – para que arquive e disponibilize para o público as histórias. Juntamente com outros dezesseis primos e primas, o secretário de de Estado de Agricultura, integrante da 4ª geração da Família Marçal, o engenheiro agrônomo Thales Almeida P. Fernandes, receberá do autor do livro/documentário uma homenagem.

Fonte: Diário de Caratinga: 19/04/2024


João Marçal e Francisca Rosa (Dona Chiquinha) - Foto arquivo



Jorge Marçal, autor do livro


Morre Ziraldo, o Filho Mais Ilustre de Caratinga


 O cartunista  Ziraldo na inauguração da Casa Ziraldo de Cultura,
ao lado do Edra, o responsavél pela homenagem na terra natal do artista


    Faleceu, aos 91 anos, o desenhista e escritor Ziraldo Alves Pinto, criador de personagens como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”. Ziraldo morreu dormindo, quando estava em casa, em um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, por volta das 15h de sábado (6). 
     Chargista, caricaturista e jornalista, Ziraldo também foi um dos fundadores nos anos 1960 do jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil. 
     Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, onde passou a infância. Mais velho de uma família com sete irmãos, seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe, Zizinha, e o de seu pai, Geraldo. Desde criança já mostrava seu talento para o desenho. Com seis anos teve um desenho seu publicado no jornal Folha de Minas. Ziraldo estudou no Grupo Escolar Princesa Isabel. Em 1949 foi com a avó para o Rio de Janeiro, onde estudou por dois anos no MABE (Moderna Associação de Ensino). Em 1950 retornou para Caratinga e concluiu o científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. 

 Carreira - A carreira de Ziraldo começou na revista “Era Uma Vez”, quando fazia colaborações mensais. Em 1954 começou a trabalhar no jornal “Folha da Manhã” (hoje Folha de S. Paulo) desenhando em uma coluna de humor. 
     Em 1957 foi para a revista O Cruzeiro, publicação de grande prestígio na época. Nesse mesmo ano, formou-se em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais. Em 1958 casou-se com Vilma Gontijo, com quem teve três fi lhos, Daniela, Antônio e FaMorre Ziraldo, filho de Caratinga, pai do Menino Maluquinho Carlos Santtos/Fotoarena/Estadão Conteúdo brízia. 
     Em outubro de 1960, Ziraldo lançou a primeira revista brasileira de quadrinhos e colorida de um só autor, intitulada “Pererê”. As histórias da revista já vinham sendo publicadas em cartuns nas páginas da revista O Cruzeiro, desde 1959. 
     As histórias se passavam na floresta fictícia “Mata do Fundão”. A publicação da revista durou até abril de 1964, quando foi suspensa pelo regime militar. Em 1975 a revista foi relançada com o nome de “A Turma do Pererê”, mas só durou um ano. 
     Em 1963, Ziraldo ingressou no Jornal do Brasil. Nessa época, em plena ditadura militar, lançou os personagens “Supermãe”, “Mineirinho” e “Jeremias, o Bom”, homem atencioso, elegante, vestido com terno e gravata e que estava sempre disposto a ajudar os outros. O personagem marcou as charges fazendo críticas aos costumes e ao comportamento da época.      Em 22 de junho de1969 foi lançado o semanário “O Pasquim”, um tabloide de humor e de oposição ao regime militar que renovou a linguagem jornalística, do qual participavam diversas personalidades importantes, como os cartunistas Jaguar e Henfi l, os jornalistas Tarso de Castro e Ziraldo, entre outros. 
     Em novembro de 1970, toda a redação do jornal foi presa depois da publicação de uma sátira do célebre quadro do Dom Pedro às margens do Rio Ipiranga. A publicação, que fazia muito sucesso, circulou até 11 de novembro de 1991. 
     Em 1969, Ziraldo lançou seu primeiro livro infantil, “Flicts”, que relata a história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro usou o máximo de cores e o mínimo de palavras. Nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio Nobel Internacional do Humor, no 32.º, no Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas. 
     Em 1980, Ziraldo lançou o livro “O Menino Maluquinho”, um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil. O menino maluquinho é uma criança que vive com uma panela na cabeça, é alegre, sapeca, cheia de imaginação e que adora aprontar e viver aventuras com os amigos. 
     Em 1981 o livro recebeu o “Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro”. Em 1989 começou a publicação da revista e das tirinhas em quadrinhos do personagem. A obra serviu de inspiração para adaptações no teatro, televisão, quadrinhos, videogames e cinema. 
     As obras de Ziraldo já foram traduzidas para diversos idiomas e publicadas em revistas conhecidas internacionalmente.

Casa Ziraldo, Lar da Cultura de Caratinga


 Casa Ziraldo de Cultura, inaugurada em 27 de novembro de 2009,
numa iniativa do cartunista Edra.

A Casa Ziraldo de Cultura foi inaugurada em 27 de novembro de 2009, com a abertura do 10º Salão Internacional de Humor de Caratinga. O local abriga o acervo do cartunista Ziraldo, homenageia personalidades ilustres da cidade e recebe iniciativas culturais como exposições e apresentações artísticas. A Casa Ziraldo é o lar de todos os artistas e agentes culturais de Caratinga consagrados, iniciantes ou aprendizes de todas as manifestações artísticas.